ABC da radiação UV

O Espectro Eletromagnético

Neste artigo vamos explicar-lhe o que é a radiação ultravioleta da forma mais simples.
Mas antes de falar desta pequena franja da radiação eletromagnética, achamos que seria importante ver o panorama geral.

A radiação eletromagnética, como o nome indica, é composta por ondas elétricas e magnéticas.

Num mesmo meio, todas as ondas têm a mesma velocidade. O que diferencia os vários tipos de radiação é o comprimento da onda e a frequência com que as ondas irradiam.

Quanto menor o comprimento de onda, ou seja a “distância” entre 2 picos, maior a frequência, pois mais ondas se propagam num determinado espaço. 

Ondas mais frequentes são mais energéticas e têm mais poder para desestabilizar as ligações químicas dos átomos ou das moléculas sendo, logicamente, mais perigosas. Felizmente a radiação eletromagnética mais perigosa é absorvida pela atmosfera terrestre.

O espectro eletromagnético, que representa todos os tipos de radiação que existem, é muito vasto. Algures no meio, encontramos o espectro solar, que corresponde à radiação produzida pelo sol.

A radiação solar compreende comprimentos de onda mais longos como os da radiação Infravermelha, que significa abaixo do vermelho, ou seja, com frequência mais baixa. Como é menos energética é apenas perigosa quando a exposição é mais prolongada.

Existe radiação em todo o lado mas é invisível para os nossos olhos, à exceção de uma pequena parte do espectro solar designada, por isso, como Luz Visível.

A luz solar parece branca mas, na realidade, ela é composta por ondas com diferentes comprimentos. Cada comprimento de onda é interpretado pelo nosso cérebro como uma sensação de cor. Por isso o espectro solar é representado de forma colorida.

Com um comprimento de onda mais curto do que o da Luz Visível, temos a radiação Ultravioleta. O seu nome significa maior do que o violeta, por ter frequência mais elevada e, portanto, de toda a radiação solar é a mais energética e mais perigosa.

É desta última que vamos falar. Se quiser saber mais sobre a radiação UV continue a ler o artigo.

A radiação UV tem benefícios, mas também pode ser perigosa.

A radiação UV não é toda igual. É importante conhecer a radiação UV para aproveitar os seus benefícios e proteger dos seus perigos.

Como abrange vários comprimentos de onda é necessário dividi-la em 3 categorias, conforme o seu efeito energético:

  • UVC (100 nm a 280 nm): é a mais curta do espectro solar e portanto a mais energética. É extremamente perigosa para todos os organismos vivos. Por esse motivo é usada, de forma artificial, como germicida em estabelecimentos de saúde, contra vírus e bactérias. Felizmente a camada de ozono absorve a radiação UVC praticamente na totalidade.
  • UVB (280 nm a 320 nm): denominada por onda média, consegue, em parte, penetrar a camada de ozono. A energia fornecida pelos UVB é importante para o nosso organismo produzir a vitamina D. No entanto, por ser bastante energética é também muito perigosa para a nossa pele, pois consegue penetrar a epiderme, a camada mais externa da nossa barreira protetora. Em dermatologia os UVB são conhecidos como Burning pois são os responsáveis pelas queimaduras solares e estão também associados ao cancro de pele, pois provocam danos no nosso DNA. Os UVB estão presentes na atmosfera com maior intensidade entre as 10h e as 16h, devido à incidência direta do sol, sendo, por esse motivo, de evitar a exposição solar durante esse período.
  • UVA (320 nm a 400 nm): tem um comprimento de onda mais longo e atravessa com facilidade a atmosfera terrestre, que deixa passar cerca de 95%. Por ser menos energética e por penetrar mais profundamente na nossa pele, até à derme, não provoca queimaduras. Por esse motivo, é subestimada, o que a torna a mais perigosa dos UV. Pode contribuir para o envelhecimento da pele, manchas e rugas e por esse motivo é apelidada de Aging, mas suspeita-se que também pode ser causa de cancro de pele.

Algumas dicas para proteger a sua pele e os seus olhos da Radiação UV

Embora a radiação UV seja enfraquecida pela atmosfera, ainda assim uma grande percentagem chega à superfície terrestre. Ela é essencial para a vida, mas não deixa de ser radiação, com elevado poder energético.

Ao contrário das plantas, que estão preparadas para capturar e transformar a energia solar através da fotossíntese, o ser humano apenas consegue aproveitar uma pequena parte, através da pele, para sintetizar a Vitamina D. 

Toda a exposição solar para além da necessária, é prejudicial para o nosso organismo e pode ser perigosa. Ou seja, a exposição à radiação solar é benéfica em pequenas doses e é prejudicial para a nossa saúde quando prolongada, quer a nível da pele como dos olhos.

Tal como a nossa pele tem a capacidade de aumentar a produção de melanina, tornando a pele mais escura para se proteger, efeito conhecido por bronzeado, os nossos olhos também têm algumas defesas. 

A córnea e o cristalino absorvem uma parte dos UVB, a nossa íris controla a quantidade de luz que entra no olho e a nossa retina absorve uma parte dos raios UVA. 

No entanto, a exposição prolongada a essa radiação vai ter efeitos crónicos para os nossos olhos. De forma imediata pode provocar fotoconjuntivite, fotoqueratite e pterígio, na parte externa do olho, e de forma não imediata, pode provocar alguns tipos de carcinoma, cataratas e lesões na retina. Algumas destas condições podem ser reversíveis com tratamento ou cirurgia, mas o melhor é prevenir para evitar.

Não se esqueça que a radiação UV está sempre presente durante o dia, todo o ano.

Siga as seguintes dicas para se proteger:

  • Usar protetor solar, preferindo sempre com proteção UVA e UVB
  • Evitar a exposição solar no período em que a radiação UV é mais intensa
  • Usar roupa leve mas protetora
  • Usar chapéu
  • Usar óculos de sol, também com proteção UVA e UVB, com uma boa cobertura dos olhos e pele circundante, como as pálpebras, onde não podemos aplicar protetor solar.

Para saber mais sobre como os óculos de sol filtram os UV, siga o nosso blog e leia o artigo do próximo mês.