A miopia sempre existiu. Então porque se tornou um motivo para debate nos últimos anos?
A miopia tem aumentado a sua prevalência em todo o mundo.
Prevê-se que sejam 2.5 mil milhões de míopes no mundo antes do final desta década.
Com os casos a aumentar começa a usar-se o termo epidemia, apesar de a miopia não ser uma doença, nem ser contagiosa.
Em primeiro lugar vamos ajudar a compreender o que é a miopia.
A miopia pode explicar-se como sendo um defeito refrativo caracterizado pelo alongamento do olho. Desta forma, a luz que entra no olho é focada antes de chegar à retina, o que faz com que um míope veja mal ao longe mas muito bem ao perto.
Quando um dos pais é míope existe o risco de os filhos virem a ser míopes. Mas quando ambos são míopes a probabilidade ainda é maior!
Pode aparecer em qualquer idade, mas devido ao carácter hereditário, é mais frequente surgir no final da infância ou na adolescência.
Quando a miopia surge muito cedo, existe uma grande probabilidade da criança se tornar um alto míope e poder vir a ter complicações como descolamento de retina, maculopatia miópica, glaucoma e cataratas, pois o comprimento do olhos e, consequentemente a miopia, continua a aumentar até à adolescência ou início da idade adulta.
Além dos problemas para a saúde ocular e para a visão, que a miopia elevada pode acarretar, tem também impacto noutras áreas ao limitar a escolha da profissão ou participação nalgumas atividades físicas.
Mas, para além dos fatores genéticos que podem influenciar o comprimento axial dos olhos e que contribuem para o desenvolvimento da miopia, existem agora evidências de que os fatores ambientais também são importantes.
Na realidade ainda não se conhecem muito bem as causas para o desenvolvimento da miopia, mas há evidências de que a exposição solar retarda a sua evolução, assim como a redução do tempo de utilização de ecrãs, devendo ser vedada a crianças com menos de 4 anos de idade.
Por isso, leve os seus filhos para a rua, e substitua os jogos digitais por jogos tradicionais! Mas se o seu filho não gosta de fazer atividades físicas, tente limitar o seu tempo de videojogos a 1 hora por dia e faça o possível para que jogue ao ar livre.
O importante é que pais, educadores e especialistas estejam atentos a este problema e que a criança míope receba o acompanhamento necessário.
Porque as crianças não se queixam de algo que não percebem, é importante levar o seu filho a uma consulta de oftalmologia por rotina, regularmente, e se identificar alguns destes sinais ou sintomas:
Quanto mais cedo a miopia for detetada, maior a probabilidade de a visão desenvolver-se normalmente.
Após o diagnóstico da miopia começamos por escolher qual a melhor forma de correção ou tratamento e o mais habitual é compensar-se com lentes graduadas, em óculos.
Existe também a possibilidade de compensação com lentes de contacto e tratamento com gotas oftálmicas ou cirurgia, embora estas opções não possam ser aplicadas em todos os casos, principalmente em crianças.
Apesar de tudo o que se tem feito nos últimos anos, os casos de miopia continuam a aumentar.
Embora a miopia seja um problema mundial, tem tido maior incidência nos países asiáticos e, por esse motivo, foi lá que começaram os primeiros estudos para se desenvolver um tratamento mais eficaz no controlo desta epidemia.
Assim surgiu a tecnologia D.I.M.S. (Defocus Incorporated Multisegment Spectacle lenses), desenvolvida pelo fabricante japonês Hoya em 2014, que ficou disponível em Portugal, a partir de 2022. Estas lentes têm uma zona focal central com cerca de 9 mm, onde está a graduação para a miopia, e em redor encontram-se dispostos, aleatoriamente, múltiplos pequenos círculos de cerca de 1 mm, com diferente graduação, o que permite regular a focagem da imagem periférica na retina.
Outros fabricantes, como a EssilorLuxottica ou a Zeiss usam a tecnologia H.A.L.T. (Highly Aspherical Lenslet Target).
Em qualquer dos casos, estas lentes fazem o tratamento da miopia de forma não invasiva e segura.
O objetivo é controlar o crescimento axial do globo ocular, ao inibir a estimulação visual na retina periférica, travando o crescimento do olho e, consequentemente, o aumento da graduação.
Como todos os tratamentos, é tanto mais eficaz quanto mais cedo se inicia o uso deste tipo de lentes.
Existem vários estudos que demonstram que este tratamento óptico tem uma eficácia superior a 50% no controle da progressão miópica.
Desta forma, este tratamento é bastante promissor, mas ainda está a dar os seus primeiros passos.
Seja como for, não há dúvidas que este é o início de uma nova era para as lentes oftálmicas!
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