A ideia de que algo líquido, junto ao olho, pudesse corrigir a visão partiu de Leonardo Da Vinci, em 1508. Ele demonstrou que olhar através de uma tigela de vidro cheia de água poderia ajudar a corrigir um problema refrativo.
Leonardo Da Vinci propôs inclusivamente, a teoria de que seria possível a correção da visão através da alteração da curvatura da córnea. No entanto, não passou da teoria pois a tecnologia disponível, naquela época, ainda não permitia pôr em prática a ideia, mas foi o ponto de partida para outros estudos e técnicas utilizadas atualmente.
René Descartes, filósofo francês, em 1636, tentou algo semelhante a Da Vinci, mas foi apenas em 1887 que Adolf Fick, um fisiologista alemão, criou a primeira lente de contacto em vidro! Sendo grossa e pesada, só era possível ser usada por curtos períodos de tempo, pois provocava dor após apenas algumas horas de uso.
Na década de 30, durante a Segunda Guerra Mundial, foi inventado um plástico que, por ser muito resistente, transparente e de baixo custo, foi aplicado nas janelas e cúpulas dos aviões e submarinos: o polimetilmetacrilato (PMMA), mais conhecido por acrílico.
Mas as suas características chamaram também a atenção dos laboratórios para a sua aplicabilidade na fabricação de lentes de contacto.
Assim, surgiram as primeiras lentes de contacto rígidas e foi o ponto de viragem para a Contactologia.
As lentes rígidas já se conseguiam tolerar mais tempo, pois eram mais leves e flexíveis que o vidro, embora não fosse a solução ideal, pois o PMMA não é permeável ao oxigénio.
A partir daí as lentes de contacto passaram a ser uma opção na correção da visão, embora sem a componente estética que hoje têm, sendo utilizadas principalmente nos casos em que era difícil a correção com óculos.
Mas a verdadeira revolução ocorreu na década de 50, quando um químico checoslovaco, Otto Wichterle, desenvolveu o hidrogel, o primeiro material flexível usado em lentes de contacto.
Este material, que se designa por hidrófilo, por ter a capacidade de absorver água, é também permeável ao oxigénio, o que permite uma utilização mais prolongada e confortável das lentes de contacto e com menores riscos para a saúde ocular.
Mas a evolução das lentes de contacto não pára e novos materiais continuam a surgir, como o silicone hidrogel, mais recentemente. Com uma permeabilidade ao oxigénio ainda mais elevada, a sua utilização torna-se ainda mais confortável e mais segura.
Atualmente as lentes de contacto tornaram-se populares, sendo utilizadas para compensar vários tipos de problemas de visão, tais como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia, mas também por motivos práticos ou estéticos e até cosméticos, como para mudar a cor dos olhos. Muitas lentes têm proteção UV e até já existem com filtro para a luz azul e fotocromático!
O futuro irá, com certeza, trazer muito mais novidades nesta área, tal como as lentes de contacto inteligentes e com impressão em 3D…
Nem mesmo a brilhante imaginação de Leonardo Da Vinci poderia prever tanto sucesso para a sua invenção!
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